Consumo abusivo e desapropriado pode estar relacionado à memória afetiva alimentar
Temas fazem parte de estudos desenvolvidos por pesquisadores a fim de identificar, por exemplo, os comportamentos compulsivos.
Consumo abusivo e desapropriado pode estar relacionado à memória afetiva alimentar - Foto: Asscom Unit
Experimentos científicos permanecem sendo desenvolvidos no Brasil e em países pertencentes ao continente Norte-Americano na perspectiva de entender o que acontece em nosso íntimo quando optamos por certos alimentos. Mesmo se tratando de uma ação difícil para a grande maioria dos seres humanos, pesquisadores compreendem que chegará o dia em que o ato de resistir a uma determinada comida será uma execução de menor pressão ao nosso cérebro. No campo do estudo e da prática nutricional, gastronômica e psicológica, há um entendimento unificado de que a cor, atrelada ao aroma e sabor, podem contribuir para que o consumo de determinados alimentos vá além daquela quantidade que o respectivo corpo necessita.
Entre profissionais da Nutrição há o entendimento de que, quando um determinado sabor te remete à memória afetiva, a luta contra o consumo abusivo pode se tornar ainda mais difícil. A professora do curso de Nutrição da Universidade Tiradentes (Unit), Sandra Cristina da Cruz Maia, domina bastante este assunto, garante que as tentações são múltiplas, bem como estão presentes em todos os ambientes. Entre um dos exemplos práticos está o aroma peculiar do café, ou mesmo da pipoca. Por mais que a consciência da pessoa indique desinteresse pelo consumo desse tipo de alimento, muitas vezes o cheiro faz com que mecanismos psicológicos o remetam, em frações de segundo, em se interessar pela comida.
Esses atrativos não estão apenas no aroma. “Quantas e quantas vezes a gente se depara com uma propaganda e passa a querer certo alimento? Isso acontece no sofá de casa, no cinema, no teatro… é um jogo da sedução alimentar que se não tivermos controle pessoal, há risco de consumir o que até então não desejava, como também além daquela quantidade que imaginava”, destacou. Sandra Cristina alerta os consumidores, em geral, para não se precaver quanto à quantidade a ser consumida, mas também aos cuidados que deve obter na hora de escolher e degustar cada alimento. A língua - apesar de também funcionar como detector de alimentos com baixo nutritivo alimentar -, demanda tempo para poder funcionar com o máximo de precisão.
“É preciso mastigar bem os alimentos, sem pressa. Isso porque somente quando o alimento está realmente muito abaixo da qualidade que se espera será possível identificar claramente o desgaste; a língua é o único órgão responsável por sentir de imediato o sabor. Além de sentir melhor o sabor do alimento, será possível identificar também se há algo de errado. Quando falamos de cuidado estamos nos referindo, por exemplo, ao manuseio da comida preparada”, enalteceu Sandra Cristina que reforçou ao garantir que a má higienização das mãos e a lavagem não consistente dos alimentos podem contribuir para futuros problemas estomacais. Conforme pontuado, a refeição pode obter ótimo cheiro, cores vivas, mas estar inadequado para consumo.
Fonte de pesquisa
Resultados de atividades científicas geram pistas as quais indicam como nosso cérebro costuma computar cada escolha que fizemos. O cenário social em que estamos inseridos, também permite desenhar o perfil do consumidor; esse cenário envolve, por exemplo, ambiente de trabalho, familiar e rede de amigos. “Vários fatores influenciam nossa escolha do que comer. O que está disponível no supermercado; o que é conveniente; o que é acessível financeiramente; ou aquele que traz boas lembranças são alguns dos exemplos. Se alimentar é uma ação que nos provoca prazer, mas é preciso ter cuidado para não enfrentar indigestões futuras. Uma dica é comer com atenção plena, sem pressa”, completou.