Aracaju (SE), 14 de maio de 2025
POR: Daiana Barasa
Fonte: Agência de Notícias Naiá
Em: 13/05/2025 às 15:44
Pub.: 14 de maio de 2025

Conselho consultivo: o trunfo pouco explorado por empresas que querem crescer

Conselho consultivo: o trunfo pouco explorado por empresas que querem crescer - Foto: Freepik

Toda empresa que planeja crescer, está pensando em meios de atrair investimentos. Mas antes de procurar por potenciais investidores, a reflexão que não pode ser ignorada é: a sua empresa está preparada para isso? Já adianto, o conselho consultivo é parte do processo.

Uma pesquisa da ACE Ventures revelou que 57,8% das startups enfrentam dificuldades para atrair e se relacionar com investidores.

Essa dificuldade é ainda maior fora do eixo Sul-Sudeste, onde mais de 90% dos empreendedores relatam barreiras na conexão com investidores, refletindo uma realidade que também impacta fortemente as pequenas e médias empresas (PMEs), principalmente as que ainda não possuem uma estrutura de governança corporativa sólida.

Com ampla experiência no ambiente corporativo, atuando como Advisor à frente da MORCONE, auxiliando e orientando empresas, especialmente empresas familiares brasileiras a se estruturarem para chegar aos 100 anos, abordo sobre o papel do conselho consultivo na atração de investidores.

Investidores são atraídos por oportunidades promissoras, mas muito mais por segurança, gestão sólida e visão de longo prazo. É nesse ponto que o conselho consultivo entra como um diferencial competitivo, especialmente para empresas familiares e PMEs.

Conselho consultivo para o fortalecimento da reputação da empresa

Confiança é uma palavra-chave crucial no âmbito dos investimentos e começa com uma gestão organizada unida à governança sólida.

Quando uma empresa implanta um conselho consultivo eficiente e pautado na transparência, ela envia um sinal claro ao mercado: aqui, as decisões são pensadas com estratégia, com apoio técnico e com visão de futuro.

O conselho consultivo é um dos mecanismos mais eficazes para acelerar o crescimento das PMEs, já que garante maior segurança nas decisões e abre portas para novas fontes de capital.

O IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), destaca o conselho consultivo como ferramenta de reputação, profissionalização e direcionamento. Mesmo quando a empresa está dando os seus primeiros passos rumo à governança corporativa, o conselho consultivo é importante ferramenta de “organização da casa” para novos rumos no mercado.

Conselho consultivo na atração de investidores e demais vantagens ao negócio

Atrair bons investidores é uma das consequências de um conselho consultivo experiente e eficaz.

Tudo começa a partir da organização da gestão que impacta diretamente sobre a percepção de valor do negócio por parte do mercado que o rodeia.

Dentre as vantagens da atuação do conselho consultivo sob o viés do aumento da confiabilidade e atração de bons investimentos, destaco:

Gestão financeira com visão de investidor

Não se trata apenas de cortar custos ou manter as contas no azul. Um conselho consultivo eficaz contribui para que a empresa desenvolva uma mentalidade financeira robusta, com foco em indicadores que os investidores realmente analisam: geração de caixa, margem operacional, retorno sobre capital investido, entre outros.

Isso prepara a PME para dialogar com fundos, apresentar projeções embasadas e responder com clareza às perguntas difíceis.

Estratégia além do operacional

Muitos gestores se veem presos à rotina e têm pouco tempo (ou repertório) para decisões de médio e longo prazo.

O conselho funciona como um radar externo, antecipando movimentos do setor, sugerindo novas frentes de receita e forçando a empresa a pensar em posicionamento, diferenciação e inovação. É um salto de mentalidade: do “como sobreviver este mês” para o “como escalar com consistência nos próximos três anos”.

Tomada de decisão menos solitária

A solidão do poder é uma realidade. Em empresas familiares ou pequenas estruturas, quem lidera costuma acumular funções e responsabilidades. Com o conselho, há troca, escuta ativa e acesso a experiências diversas que ajudam a qualificar as decisões. Isso reduz erros por impulso, favorece o debate técnico e traz mais segurança para as lideranças.

Sinal de maturidade para o mercado

Não basta ser promissor, é preciso parecer preparado. Investidores analisam muito mais do que o produto ou o serviço: eles observam a estrutura, o perfil dos profissionais e a governança.

A presença de um conselho envia o recado de que a empresa se leva a sério, que está disposta a aprender e que tem mecanismos para se manter em rota de crescimento mesmo sob pressão.

Preparação concreta para captar recursos

A atuação do conselho vai além da teoria. Em empresas que almejam captar investimentos, os conselheiros podem revisar o pitch, refinar o valuation, apresentar potenciais investidores ou preparar a empresa para um due diligence criterioso.

Negócios que apresentam conselhos bem estruturados chegam às negociações mais preparados e, consequentemente, mais valorizados.

Implantar um conselho consultivo é mais acessível do que parece

Diferente do que muitos pensam, não se trata de contratar grandes nomes por altos salários. Um conselho consultivo pode ser formado por três a cinco profissionais com experiência complementar, convidados pela confiança e interesse em contribuir com a trajetória da empresa.

As reuniões podem ser mensais ou bimestrais, presenciais ou virtuais, com pautas claras e foco em desafios estratégicos.

  • O mais importante é se atentar ao fato de que:
  • A governança é a ordem para o crescimento sustentável;

A adoção de boas práticas de governança corporativa tem se mostrado um diferencial competitivo importante, inclusive entre empresas de menor porte.

Um estudo da MIT Sloan Review Brasil, em parceria com a Bravo GRC, já apontava uma projeção de crescimento expressivo de 480% no mercado de soluções em Governança, Risco e Compliance (GRC) para PMEs entre 2014 e 2025, passando de US$ 5,1 bilhões para US$ 30 bilhões.

A estimativa reforça uma tendência que vem se consolidando: pequenas e médias empresas estão cada vez mais conscientes da necessidade de estruturar sua gestão, mitigar riscos e ampliar suas chances de acesso a capital.

Além disso, pesquisa da Universidade do Vale do Itajaí revela que a presença de fundos institucionais está associada à percepção de menor risco por parte do mercado, mesmo que não influencie diretamente no índice de governança.

Isso reforça a ideia de que transparência, organização e controles internos bem definidos aumentam a confiança dos investidores, o que pode se traduzir em novas oportunidades de crescimento e longevidade empresarial.

Começando em pequenos e consistentes passos

Organizar a casa não significa engessar processos, tem a ver com tomada de decisões baseada em dados, experiência e visão de futuro. E para isso, um conselho consultivo pode ser o ponto de virada que sua empresa precisa.

Quando o anseio é crescer de forma estruturada, atrair investidores ou apenas ter mais clareza nas decisões do dia a dia, comece por montar um grupo de conselheiros alinhados com sua visão. Esse passo simples pode fazer toda a diferença em médio e longo prazo para a sua empresa.

Vale lembrar que nenhuma boa ideia prospera sozinha e que nenhum grande negócio se constrói e se “mantém” sem planejamento e bons conselhos.

Carlos Moreira - Há mais de 37 anos atuando em diversas empresas nacionais e multinacionais como Manager, CEO (Diretor Presidente), CFO (Diretor Financeiro e Controladoria), CCO (Diretor Comercial e de Marketing). e Conselheiro Administrativo.


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