Cientistas encontram Khosta-2 vírus semelhante ao Covid-19
O vírus é encontrado em espécies que circulam na vida selvagem como morcegos, pangolins, guaxinins e civetas de palmeira e podem infectar células humanas.
O vírus Khosta-2 encontrado em morcegos que vivem no Parque Nacional de Sochi, no sul da Rússia, é semelhante ao SARS-CoV-2, o vírus da Covid-19. Os cientistas acreditam que ele circule entre as espécies selvagens como morcegos, pangolins, guaxinins e civetas de palmeira.
Diante disso, pesquisadores da Paul G. Allen School for Global Health, da Washington State University, nos EUA, descobriram que proteínas de pico do vírus do morcego podem infectar células humanas e são resistentes aos anticorpos quanto ao soro de indivíduos vacinados para a Covid-19. Tanto o Khosta-2 quanto o SARS-CoV-2 pertencem à mesma subcategoria de coronavírus conhecida como sarbecovírus.
Matheus Todt, infectologista e professor do curso de Medicina da Unit - Foto: Asscom Unit
“Até o momento, não há registros de infecções em humanos. Mas o surgimento de uma nova variante deve ser encarado como um sinal de alerta. Qualquer morcego, bem como alguns outros mamíferos, podem carregar o vírus Khosta-2. Porém, apesar de haver indícios da possibilidade, ainda não temos registro de infecção em humanos, por isso, neste momento, não há risco de uma nova pandemia”, esclarece.
Para o infectologista, ainda é muito recente para dizer se este novo coronavírus tem potencial para desencadear uma nova pandemia, ou até mesmo uma epidemia. A investigação divulgada pela OMS aponta que o Khosta-2 tem “características preocupantes”, salientando que pode infectar células humanas de forma semelhante ao SARS-CoV-2.
“As medidas que utilizamos durante a pandemia como lavagem das mãos, uso de máscaras e isolamento de pacientes doentes são eficazes para evitar uma possível propagação do novo vírus. É importante que as pessoas saibam que há um risco, porém não vivemos uma iminência de uma nova pandemia. Temos que ter cuidado, mas não há motivo para desespero”, explica.
A descoberta do Khosta-2 destaca a necessidade de desenvolver vacinas universais para proteger contra os sarbecovírus em geral e não apenas contra variantes conhecidas do SARS-CoV-2. “No momento, existem grupos tentando criar uma vacina que não apenas protejam contra a próxima variante do SARS-2, mas também nos proteja contra os sarbecovírus em geral”, disse.