Em nota, delegado-geral lamenta morte de colega e diz que é preciso reconhecer a atividade policial
O delegado-geral da Polícia Civil, Alessandro Vieira, divulgou nota na qual compartilha tristeza pela morte do delegado Ademir da Silva Melo Júnior, 37 anos, e reconhece os serviços prestados pelo delegado durante os 10 anos em que atuou na Polícia Civil.
Alessandro Vieira (Foto: SSP/SE)
Alessandro destacou o empenho das demais Instituições policiais, sobretudo a PM, que atua de maneira integrada com a Polícia Civil. “O policial, seja ele militar ou civil, está exposto 24 horas por dia ao que temos de pior na sociedade”.
Por fim, Alessandro lembra que “vê pessoas falando a cada período eleitoral sobre a grave temática da Segurança Pública sem nunca se dar ao trabalho de conhecer o que já é feito, quem são os profissionais envolvidos e como se dá o verdadeiro embate com a criminalidade”. Leia a nota na íntegra:
“Acabo de chegar do sepultamento do colega delegado Ademir da Silva Melo Júnior. Compartilho da tristeza lancinante dos familiares, amigos e colegas. Das muitas injustiças deste mundo cão, obrigar pais a sepultar um filho assassinado é talvez a maior delas.
Ademir era um excelente profissional, sério, honesto e respeitado. Era também muito querido pelos colegas, mesmo aqueles que não tinham o privilégio de manter com ele um convívio mais íntimo. Educado, se fez respeitar na instituição pela conduta absolutamente retilínea.
Na condição de gestor da Polícia Civil, tenho o dever de agradecer publicamente pela solidariedade irrestrita manifestada pelos integrantes das forças de segurança de Sergipe. Policiais Militares, Bombeiros, Policiais Federais e Rodoviários Federais, Guardas Municipais, todos irmanados no sentimento de perda. Na mesma forma, devo registrar o nosso empenho integral na elucidação urgente do crime, bem como o apoio prestado por diversas outras instituições.
Como cidadão, me permito compartilhar uma brevíssima digressão sobre a dignidade da atividade policial. O que motiva um jovem com a capacidade intelectual de Ademir, que assim como tantos colegas poderia se aventurar com sucesso em qualquer atividade profissional, a ingressar e permanecer numa atividade tão árdua como a lida policial?
O policial, seja ele militar ou civil, está exposto 24 horas por dia ao que temos de pior na sociedade. Confrontamos diariamente aqueles que não respeitam famílias, escolas, leis ou religião. Onde todos os setores do aparato estatal falharam, estará o policial, que sai de casa deixando a sua família sem a certeza de que vai voltar. Que não recebe a valorização devida, nem sequer o respeito daqueles que defende sem conhecer a face. Que vê pessoas falando a cada período eleitoral sobre a grave temática da Segurança Pública sem nunca se dar ao trabalho de conhecer o que já é feito, quem são os profissionais envolvidos e como se dá o verdadeiro embate com a criminalidade.
Mesmo submetido a essa situação, o bom policial retorna ao trabalho dia após dia, cumprindo sua missão indispensável, como fazia Ademir, pela convicção de que alguém tem que enfrentar esse desafio ingrato, que os homens e mulheres de bem precisam lutar para garantir o direito de seus pares. Somos policiais porque é necessário, porque sabemos a importância essencial do nosso trabalho e porque não vamos admitir que os cidadãos decentes fiquem sitiados, enquanto os maus prosperam.
Quando estiver lendo este texto, a qualquer instante que o faça, lembre que policiais estarão lá fora lutando para garantir a sua paz. Que Deus conceda paz e consolo para a dor da perda do colega, e força para perseverar no bom combate”.