Senador acusa Gilmar Mendes de ter posição política e inicia debate político
Senador acusa Gilmar Mendes de ter posio poltica e inicia debate poltico (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agncia Brasil)
Rocha começou seu tempo para questionamentos declarando que o julgamento de Dilma Rousseff “não tem nada a ver mais com o jurídico”, mas que tem apenas conotação política. Ele acusou a imprensa, o depoente, membros do judiciário e do Ministério Público de terem “lado” e politizarem as investigações.
Diante da colocação, Lewandowski respondeu ao senador como chefe do Poder Judiciário. “Respeitando o ponto de vista de vossa excelência, no que tange ao Poder Judiciário, eu quero reiterar a independência, a autonomia e a isenção dos magistrados brasileiros”, disse.
Paulo Rocha, então, voltou a acusar o Judiciário de parcialidade e citou o ministro do STF Gilmar Mendes como exemplo de magistrado que tem “posição política”. “Perdoe presidente. Como instituição, eu respeito o Supremo. Eu já fui julgado lá. E foi justamente no julgamento do tal do mensalão que se expressou ali posições políticas. Tem um ministro que, claramente, ele nem esconde isso, que é o ministro Gilmar Mendes, que tem posição política clara no julgamento, sem nenhuma independência. E faz questão de publicamente fazer esse debate político, com partidos políticos, inclusive”, disse Rocha.
Discursos
A partir de então, o depoimento foi interrompida por uma série de discursos de senadores respondendo uns aos outros. O primeiro foi o líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB), que falou em defesa do ministro Gilmar Mendes.
“O curioso é que quando o ministro Gilmar Mendes absolve o ex-ministro Antonio Palocci, não havia nenhuma crítica. Ou seja, o ministro Gilmar Mendes, na sua autonomia de magistrado, absolveu o ex-minsitro Palocci. E o PT não se levantou para fazer crítica. O curioso é que para o Partido dos Trabalhadores vale quando a decisão é favorável, não vale quando a decisão é contrária”, disse.
Senador Paulo Rocha citou o ministro do STF Gilmar Mendes como um magistrado com claras tendncias polticas e criou um grande bate-boca entre os senadores (Imagem: Antonio Cruz/Agncia Brasil)
Troca de acusações
A fala de Lewandowski não surtiu efeito e os senadores continuaram a troca de farpas e acusações no plenário. A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), pediu a palavra para se contrapor à fala da senadora Gleisi Hoffmann que, mais cedo, disse que os senadores não tinham moral para fazer o julgamento da presidenta Dilma Rousseff.
“Isso é uma situação grave. Eu não tenho denúncia no Ministério Público, não estou sendo processada, o Poder Judiciário não está me procurando para nenhuma informação da minha vida. Eu tenho sim autoridade moral que me foi conferida por 3 milhões e 400 mil eleitores do Rio Grande do Sul”, disse.
Lewandowski foi, então, obrigado a seguir concedendo a palavra aos senadores para que se contraditassem, apesar dos apelos para que não permitissem que a sessão “desandasse”. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) continuou o debate acusado o PSDB de não ter aceitado o resultado das eleições e ser o responsável pela crise que vive o país.
“Eu só quero aqui responder ao PSDB e dizer que se estamos vivendo um impasse nesse país foi por irresponsabilidade desse partido que não aceitou o resultado eleitoral. Tá muito engraçado, eles viraram agora o partido da responsabilidade fiscal. Eles votaram contra tudo aqui, criaram pauta bomba inviabilizando o país”, acusou o senador petista.
Lewandowski foi obrigado ainda a conceder a palavra aos senadores José Aníbal (PSDB-SP) e Gleisi Hoffmann – que reiterou sua acusação sobre a falta de moral dos senadores para fazerem o julgamento de Dilma – e finalmente conseguiu retomar a oitiva do informante.
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Edição: Fábio Massalli