Luciano Pimentel lamenta pelos mais de 9 milhões de desempregados e pede reversão
Deputado estadual Luciano Pimentel (Foto: Agncia Alese)
Com base em dados e muitos gráficos, o deputado estadual Luciano Pimentel, PSB, fez na tarde de ontem na Alese um amplo discurso revelando os riscos crescentes do desemprego no Brasil e em Sergipe e convidando a todos, sociedade, Governo e deputados, a se unirem para mudar, fomentando o emprego, o empreendedorismo e a tranquilidade das famílias.
“A crise no mercado de trabalho é um tema de grande significado para o nosso País e em particular para o nosso Estado. Hoje a taxa de desemprego em nível nacional já ultrapassou os 9% e temos mais de 9 milhões de brasileiros desempregados, segundo dados do IBGE e do Ministério do Trabalho. Os estados e municípios brasileiros, integrantes da federação, também enfrentam enormes dificuldades para manter o nível de emprego e driblar a crise econômica”, disse Pimentel.
Pelos gráficos apresentados pelo parlamentar, a situação em Sergipe nos anos de 2013, 2014 e 2015 foi de emprego em decréscimo. Segundo ele, em 2013, o saldo de emprego foi de 3.375, para 10.262 admissões e 6.887 demissões. Em 2014, restaram 2.886 empregos, depois do batimento de contratações, 8.484, e de demissões, 5.798. A situação, segundo o parlamentar, se agravou mais feiamente no ano passado: depois de apenas 6.356 contratações e 5.178 dispensas, restaram somente 1.178 no saldo do ano.
“Naturalmente, a crise também afetou Sergipe. Apenas em cinco meses de 2015 (março, agosto, setembro, outubro e novembro) o saldo de empregos foi positivo, com destaque para os meses de setembro e outubro, onde foram gerados quase 3 mil empregos corroborando para o saldo positivo anual”, constata o parlamentar. Maio do ano passado, por exemplo, fechou como o pior mês, com 4.052 demissões.
No plano nacional, segundo Luciano Pimentel, no ano passado o desemprego manteve uma simetria semelhante com que aconteceu em Sergipe. “Somente em 2015, mais de 1,5 milhão de trabalhadores perderam seus empregos e se somaram aos mais de 7,5 milhões que já se encontravam desempregados, levando o país a ter hoje os mais de 9 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho”, disse ele.
Contrariando a realidade do mercado, informou o parlamentar, o mês de dezembro do ano passado foi recordista em dispensa de trabalhadores. Foram demitidos 596.202, perfazendo 1.542.371 trabalhadores sem emprego. No cômputo nacional, apenas dois meses de 2015 deixaram um saldo positivo, mesmo assim irrisório, de emprego – fevereiro, com 12.539, e março, com 34.724.
Para a realidade ruim do emprego em Sergipe sobre o pior dos últimos três anos, 2015, “a construção civil, com 2.145 postos de trabalho a menos, a indústria de transformação (alimentos, bebidas, calçados, etc) e os setores do comércio e serviços e agricultura foram os que mais demitiram”, dando a contribuição absoluta e disparada.
“Em números absolutos, foi o setor da construção civil o que mais demitiu em 2015, demonstrando o seu enorme enfraquecimento diante da crise. Mantiveram saldos positivos os serviços industriais de utilidade pública (eletricidade, gás e etc.) e o setor de serviços”, disse o deputado. Para Luciano, a construção civil é uma caixa de ressonância da crise e o desemprego nela ainda gera uma cadeia de desativação de outros postos de trabalho.
Homem do mercado, com 36 anos de atividade bancária, tendo por seis sido superintendente da Caixa em Sergipe, o deputado Luciano Pimentel defende uma tomada de posição geral da sociedade e dos governos para dissipar este momento sombrio do desemprego.
“Num momento de crise e ajuste nas contas públicas, o mínimo que se deve pensar, é em como preservar os empregos. Isso requer articulação política, diálogo e negociação. Cabe ao governo continuar a fazer o natural, sentar com os empresários, ouvir suas demandas e propostas e ao mesmo tempo propor soluções que sejam objetivas e viáveis num curto espaço de tempo”, disse o deputado.
Para Luciano Pimentel, a preocupação com a geração de emprego não deve se ater somente à esfera de atividades tecnológicas, que geralmente empregam poucos. Ele defende apoio ao empreendedorismo de jovens. “Precisamos debater nesta Casa para que possamos encontrar caminhos que ajudem aos sergipanos e aos brasileiros a saírem desta crise”, disse.
“Há de se ter uma preocupação com o setor industrial, notadamente com o da construção civil e com a indústria de transformação. Setores alimentados pela cadeia da construção (madeira, mobiliário, minerais) e da transformação (alimento e bebidas, calçados e indústria têxtil) são de suma importância para manutenção do emprego industrial e corroboram para uma desconcentração do emprego em direção ao interior do Estado, gerando renda e consequentemente fazendo girar toda a economia dos municípios em que se localizam”, disse o parlamentar.