O uso consciente do cartão de crédito :: Por Marcio Rocha
Marcio Rocha (Foto: Arquivo pessoal)
De acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), analisada pela assessoria executiva da Fecomércio, 93% das pessoas afirmam ter dívidas com cartão de crédito. Ou seja, o mesmo percentual é usuário do dinheiro de plástico. Prova de que as compras com cartões são uma grande vantagem, não um vilão nas contas da casa, desde que sejam feitas com responsabilidade. O controle do seu uso é fundamental para que o consumidor não se enfie num atoleiro de dívidas e possa ter problemas. É necessário que a pessoa tenha no cartão um aliado para fazer compras, dentro dos seus limites de pagamento. Vale lembrar que o limite de crédito não é sua total capacidade de endividamento, em muitos casos vai além do que se pode pagar. E aí é onde mora o perigo de estourar as contas.
Por ser a modalidade mais rápida de acesso à crédito, as pessoas recorrem aos cartões para aquelas compras de maior monta, ou de produtos que possuem preço mais elevado. Dividindo o pagamento em determinado número de parcelas, para que possam caber dentro do seu orçamento. Então, o cartão de crédito passa a ser uma extensão do seu poder de compra. Não confunda isso com renda. O consumo consciente não é o uso do limite de modo que possa se tornar impagável, mas que a conta caiba no seu bolso sem que haja dor de cabeça para isso.
Cartões com limites altos tendem a levar o consumidor a achar que tudo aquilo é dinheiro seu para gastar, e não é. Deve-se fazer o uso somente do que conseguir pagar quando a fatura chegar, para não incorrer no pagamento mínimo, nem na inadimplência. Os juros dos cartões ainda estão muito altos e chegaram na casa de 318% ao ano em 2019, de acordo com o Banco Central. Ou seja, se a pessoa faz uma compra no crédito de R$ 1.000, e não conseguir pagar a fatura, ao final de um ano, a dívida será de R$ 3.180, o que já se tornou um grande problema.
Use o crédito da maneira que achar melhor, mas não deixe de ter a conta prevista para o final do mês sempre à mão, para evitar o conhecido efeito “bola de neve”. Ao não efetuar o pagamento, a dívida começa a crescer e chegar num ponto incontrolável. Disciplina é fundamental para que mantenhamos as contas em dia, não é? O consumidor não pode se deixar perder na ilusão de que há uma fonte interminável no cartão.
Compras por impulso também podem ser um complicador nas contas da casa. Será que vale realmente a pena comprar aquele produto que você viu na loja e quer levar? Antes de comprar, consulte o seu limite de crédito e veja o quanto está comprometendo seu orçamento. Além disso, a pessoa deve se perguntar se realmente vale a pena comprar o produto agora, ou esperar por um período promocional. Todos os meses, o comércio lança promoções e as oportunidades de compra ficam mais fáceis.
Fazer compras no cartão de crédito é muito bom para a economia, pois lhe possibilita a ter o que deseja, ajudar a gerar emprego e renda para as pessoas e Estado, de modo que isso retorna para você de alguma maneira, pois os setores produtivos são encadeados e o que é consumido no formato de compra, retroalimenta a encomia com os investimentos em outros setores, além do pagamento de salários das pessoas. Portanto, o que você investe no comércio, volta para você direta ou indiretamente. Todavia, a organização financeira é fundamental para que o aliado para compras se torne um inimigo para as contas. Descomplique sua vida sendo mais alerta na hora das compras e no uso consciente das formas de pagamento.